quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Musculação também pode proteger o cérebro

FONTE: Cerebromelhor.com.br


Pesquisa analisou os efeitos do treinamento de resistência em idosos.

Treinar uma vez por semana ajuda a sustentar benefícios cognitivos.



Pesquisas demonstram que, já a partir dos 25 anos, o cérebro inicia um processo gradual e lento de declínio cognitivo, ou perda de desempenho, que evolui com a idade. Na população idosa, o declínio cognitivo já é um importante assunto de saúde pública e uma bem reconhecida manifestação clínica desse declínio são as quedas. Idosos com comprometimento cognitivo caem duas vezes mais do que os que não possuem.



Um estudo publicado no ano passado pesquisou o efeito em idosos de um treino de resistência de 12 meses no desempenho cognitivo e risco de quedas. Seus resultados mostraram que o treino realizado uma ou duas vezes por semana melhorou o desempenho cognitivo, principalmente as características de atenção seletiva e solução de conflitos.



Após a conclusão deste estudo, os participantes foram acompanhados durante mais um ano e os resultados desse acompanhamento foram liberados recentemente. Idosos que participaram do programa de exercícios de resistência conseguiram manter os benefícios cognitivos e tiveram menos quedas, gerando economia para o sistema de saúde.



O estudo contou com 155 mulheres com idades entre 65 a 75 anos. O treino de resistência foi feito em aulas de 60 minutos utilizando um aparelho para as pernas (leg press) e pesos livres. Dentro dos que faziam o treino de resistência, havia um subgrupo que treinava uma vez por semana e outro que treinava duas vezes por semana. Esse grupo foi comparado a um grupo de controle que fazia treino de tonificação e equilíbrio duas vezes por semana, realizando exercícios de alongamento, amplitude de movimento, fortalecimento básico e equilíbrio, bem como de técnicas de relaxamento.



Surpreendentemente, o grupo que conseguiu sustentar os benefícios cognitivos foi o que treinava apenas uma vez por semana, ao invés de duas. Os autores do estudo especulam que este grupo provavelmente foi mais bem sucedido em manter o mesmo nível de atividade física obtido no estudo original.



Benefícios econômicos



Além dos benefícios cognitivos, os benefícios econômicos do grupo de uma vez por semana também foram mantidos um ano após o estudo original. O grupo de uma vez por semana gerou menos gastos relacionados ao uso do sistema de saúde e tiveram menos quedas do que o grupo de duas vezes por semana e o de tonificação.



Este estudo mostra mais uma vez que um corpo em forma está diretamente relacionado com um cérebro em forma. Em todas as idades, exercitar o corpo beneficia o cérebro. O treino aeróbico é geralmente associado a um melhor desempenho cognitivo, mas o interessante é que este novo estudo mostra que a musculação também pode ser adicionada à nossa lista de exercícios.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Estudo identifica relógio biológico de todas as formas de vida Fonte: Portal Terra

Nosso relógio circadiano encontrado nas células humanas é igual ao de algas.


Ciclo esta ligado aos glóbulos vermelhos e não ao DNA do indivíduo.



Cientistas identificaram o mecanismo que controla o relógio interno de todas as formas de vida, o que segundo eles pode levar à explicação de doenças como diabete, depressão e câncer em pessoas que trabalham em regime de plantão. Os trabalhos das universidades britânicas de Cambridge e Edimburgo, publicados na quarta-feira na revista Nature, sugerem que o relógio circadiano (que marca ciclos de 24 horas) encontrado em células humanas é igual ao de algas, e existe há milhões de anos nas formas de vida terrestres.



No primeiro estudo, de Cambridge, os cientistas descobriram pela primeira vez que glóbulos vermelhos do sangue possuem um ritmo de 24 horas. Isso é significativo, disseram eles, porque sempre se imaginou que os ritmos circadianos estivessem ligados ao DNA e à atividade genética. Só que, ao contrário da maioria das outras células do organismo, os glóbulos vermelhos não possuem DNA.



"As implicações disso para a saúde são múltiplas. Já sabemos que relógios perturbados (...) estão associados a distúrbios metabólicos como diabete, problemas de saúde mental e até câncer", disse Akhilesh Reddy, que comandou o estudo. "Ao aprofundar nosso conhecimento sobre como o relógio de 24 horas funciona nas células, esperamos que as ligações (...) fiquem mais claras."



No ano passado, cientistas disseram ter usado drogas experimentais do laboratório Pfizer para "reprogramar" o relógio biológico de ratos - o que abre a possibilidade de no futuro tratar pessoas que sofrem alterações do relógio biológico por causa do seu horário de trabalho. O outro estudo, de Edimburgo, descobriu um ciclo semelhante de 24 horas em algas marinhas, o que sugere que os relógios biológicos sempre foram importantes, mesmo para formas antigas de vida.



Andrew Millar, que comandou esse estudo, disse que o trabalho mostra que os relógios biológicos estão sendo mantidos ao longo de 1 bilhão de anos de evolução. "Eles devem ser bem mais importantes e sofisticados do que percebíamos anteriormente", disse ele, acrescentando que é necessário realizar mais pesquisas para determinar como e por que esses relógios se desenvolveram nas pessoas, e qual o papel deles no controle dos nossos organismos.